Corrie Ten Boom
- “Você é tão silenciosa quanto um ratinho!” – Era o que seu pai a dizia enquanto ela o observava, o mais atenta que podia, ele consertar relógios. – “Gosto muito que você fique me vendo trabalhar Corrie!”
O que Corrie, ainda uma pequena holandesinha, não sabia é que isso lhe renderia uma grande ousadia no futuro.
Ela cresceu, e já adulta, presenciou seu país ser tomado pelos nazistas. A família Ten Boom passava noites em claro. Além dos ruídos da guerra, a preocupação com o povo judeu lhes roubava o sono. Cristãos verdadeiros, não podiam ver pessoas serem humilhadas, mortas, separadas dos seus e simplesmente ficarem de braços cruzados como se nada estivesse acontecendo.
Logo, a Sra. Ten Boom, depois de presenciar mais uma partida de “carregamento judeu”, teve a excelente idéia de fazer da sua casa um esconderijo para esse povo. Nollie e Betsie, as irmãs de Corrie, rapidamente lembraram-se do quanto era difícil encontrar uma a outra quando brincavam de esconde-esconde na sua casa cheia de escadas em espiral, sótãos, armários e apesar, de concordarem que isso seria uma boa idéia, preocuparam-se, apenas, com o fato das crianças não conseguirem ficar totalmente em silêncio no caso de nazistas entrarem na casa.
“Elas conseguirão” - disse Corrie com uma certeza encorajadora - “se eu era como um ratinho ao ver o papai trabalhar, elas também serão no caso de nazistas entrarem aqui!”
E assim fizeram. Bolaram planos, instalaram campainhas para se comunicarem quando os soldados chegassem para a vistoria, oraram e ousaram. Em questão de muito pouco tempo seus “hóspedes” judeus encheram a casa e lotaram os esconderijos. Ali eram tratados muito bem em todo tempo. Algumas vezes chegaram muito perto de serem descobertos. Sentiram medo. Mas continuaram. Muitos judeus foram salvos pela família Ten Boom, até que o pior aconteceu e a fortaleza foi descoberta.
Corrie e toda sua família foram para a prisão, separados. Mesmo presa a única preocupação de Corrie eram os judeus que ficaram escondidos na casa enquanto sua família foi levada. Assim que conseguiu, o Sr. Ten Boom a enviou uma mensagem: “todos os relógios estavam bem seguros no armário”. Corrie entendeu perfeitamente as entrelinhas e adorou ao Senhor.
Após algum tempo, Corrie foi enviada à Ravensbrük, um dos piores e mais conhecidos campos de concentração de Hitler. Nesse meio tempo, recebeu a notícia de que seu pai tinha falecido e logo em seguida teve a felicidade de reencontrar sua irmã Betsie naquele horrível lugar.
Betsie, sempre a ensinou a amar ao Senhor, mas ali em Ravensbrük, foi além e fez Corrie entender o que significava viver o Senhor.
Todos sabem os horrores que foram esses campos de concentração e Corrie enfrentou tudo, mesmo sem ser judia. Betsie sempre a encorajava e a levava a um doce louvor ensinando-a que se estavam ali era porque o Senhor tinha um plano para elas naquele lugar e elas o cumpririam. Betsie, então, passou a fazer estudos bíblicos com as mulheres da sua ala, ensiná-las sobre o perdão e o amor. Ela também fazia festa com o pouco que conseguiam para comemorar aniversários e fez com que o amor existisse em Ravensbrük.
Todos os dias, Betsie orava agradecendo pelas pulgas que insistiam tomar toda a sua ala. Os guardas odiavam as pulgas, elas os mantinham longe e assim, junto a Corrie podiam ensinar mais sobre Jesus. Muitas judias aprenderam a amar a Cristo com as irmãs Ten Boom.
A guerra acabou e junto com ela a vida de Betsie também. Ela não resistiu às tosses e doenças e foi encontrar-se com o Senhor. Corrie voltou à Holanda e depois de alguns anos, em um final de culto, foi surpreendia por um homem que lhe estendeu a mão dizendo: “Que bom que o Senhor lavou meus pecados”! Quando ela o olhou o reconheceu de prontidão. Era ele o soldado nazista que a obrigou desfilar nua várias vezes, zombou de sua amada irmã Betsie e surrou suas amigas. Corrie fez uma breve oração e mais uma vez amou. Ela o abraçou!
Que mais essa história (de mulheres que mudaram o mundo), a vida de Corrie e da família Ten Boom a inspire e a leve a ser diferente. A agradecer pelas pulgas. A ousar ajudar os necessitados, mas principalmente a amar. Amar ao Senhor e as pessoas!